segunda-feira, 1 de abril de 2013

​O mês de março foi difícil, longo e confuso... Eu que até gosto muito de chuva já anseio por dias de sol.​




Dia 19 tivemos a nossa consulta. Não foi nada do que eu estava à espera, mas as expetativas são mesmo assim. 

Gostámos do médico, despachado e direto, mas explicando tudo muito bem explicadinho numa consulta que demorou 2h. Disse que o diagnóstico estava feito, o problema não é muito grave, mas a verdade que que se passaram mais de 2 anos sem haver gravidez. Não aconselha IIU, mas sim FIV ou ISCI

Já sabíamos ao que íamos por isso tratámos logo da papelada toda, das receitas para os medicamentos e da consulta com a enfermeira e ficou marcado para maio.

Devo admitir que a partir de certo momento estava em piloto automático. Não sei bem explicar, já ia bem informada dos tratamentos, seus procedimentos e custos, mas depois a realidade de tudo aquilo assoberbou-me. Assinar os papéis, escolher quantos embriões transferir, crio preservações, injeções, protocolos, viagens a Lisboa... Já só queria ir para casa e enfiar-me debaixo das mantas. Valeu-me o meu marido, disposto a tudo e animado com a solução do nosso problema com data marcada.

Passados todos estes dias, estou mais calma, mas não tenho o entusiamo que pensei que ia ter quando déssemos este passo. A psicóloga também ajudou, desmistificou e desconstruiu algumas das minha preocupações. 

Talvez a responsabilidade emocional e financeira de tudo isto me esteja a dominar, talvez seja porque no mais profundo do meu ser eu não quero um filho da maneira que tiver que ser e sim de forma natural sem tanta gente a ajudar, talvez seja só falta de férias e de ocupar a cabeça com outras coisas.

Tenho o mês de abril para me preparar para enfrentar isto com o animo e otimismo merecido, assim como ganhar o euromilhões, desfazer-me do conteúdo da minha casa no OLX, vender um rim no mercado negro, agradecer pela família generosa que tenho e que se prontificou logo para ajudar.

4 comentários:

  1. Como eu percebo todos esses teus pensamentos, medos e receios!
    Bjo* com muita força para ajudar a tomar todas essas decisões.

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  2. Entendo-te muito bem. e esta frase que dizes: "talvez seja porque no mais profundo do meu ser eu não quero um filho da maneira que tiver que ser e sim de forma natural sem tanta gente a ajuda", define claramente aquilo que também desejava que acontecesse.

    Força. Apesar de todos estes contratempos talvez tenhas sorte de conseguir logo, logo.

    beijinho

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    1. Obrigada Alice, pensei que conseguisse ser mais forte quando este momento chegasse, mas tudo isto foi uma avalanche de sentimentos! Felizmente tenho conseguido aos poucos desenredar toda esta confusão mental e estar mais calma.
      Muita força para ti também.
      Bjs

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