O mês de março foi difícil, longo e confuso... Eu que até gosto muito de chuva já anseio por dias de sol.
Dia 19 tivemos a nossa consulta. Não foi nada do que eu estava à espera, mas as expetativas são mesmo assim.
Gostámos do médico, despachado e direto, mas explicando tudo muito bem explicadinho numa consulta que demorou 2h. Disse que o diagnóstico estava feito, o problema não é muito grave, mas a verdade que que se passaram mais de 2 anos sem haver gravidez. Não aconselha IIU, mas sim FIV ou ISCI.
Já sabíamos ao que íamos por isso tratámos logo da papelada toda, das receitas para os medicamentos e da consulta com a enfermeira e ficou marcado para maio.
Devo admitir que a partir de certo momento estava em piloto automático. Não sei bem explicar, já ia bem informada dos tratamentos, seus procedimentos e custos, mas depois a realidade de tudo aquilo assoberbou-me. Assinar os papéis, escolher quantos embriões transferir, crio preservações, injeções, protocolos, viagens a Lisboa... Já só queria ir para casa e enfiar-me debaixo das mantas. Valeu-me o meu marido, disposto a tudo e animado com a solução do nosso problema com data marcada.
Passados todos estes dias, estou mais calma, mas não tenho o entusiamo que pensei que ia ter quando déssemos este passo. A psicóloga também ajudou, desmistificou e desconstruiu algumas das minha preocupações.
Talvez a responsabilidade emocional e financeira de tudo isto me esteja a dominar, talvez seja porque no mais profundo do meu ser eu não quero um filho da maneira que tiver que ser e sim de forma natural sem tanta gente a ajudar, talvez seja só falta de férias e de ocupar a cabeça com outras coisas.
Tenho o mês de abril para me preparar para enfrentar isto com o animo e otimismo merecido, assim como ganhar o euromilhões, desfazer-me do conteúdo da minha casa no OLX, vender um rim no mercado negro, agradecer pela família generosa que tenho e que se prontificou logo para ajudar.
Como eu percebo todos esses teus pensamentos, medos e receios!
ResponderEliminarBjo* com muita força para ajudar a tomar todas essas decisões.
Obrigada e muita força para ti também!
EliminarEntendo-te muito bem. e esta frase que dizes: "talvez seja porque no mais profundo do meu ser eu não quero um filho da maneira que tiver que ser e sim de forma natural sem tanta gente a ajuda", define claramente aquilo que também desejava que acontecesse.
ResponderEliminarForça. Apesar de todos estes contratempos talvez tenhas sorte de conseguir logo, logo.
beijinho
Obrigada Alice, pensei que conseguisse ser mais forte quando este momento chegasse, mas tudo isto foi uma avalanche de sentimentos! Felizmente tenho conseguido aos poucos desenredar toda esta confusão mental e estar mais calma.
EliminarMuita força para ti também.
Bjs