Os avós

Obviamente que sabia que os meus pais ficariam felizes com esta gravidez, afinal foram os nossos maiores apoiantes nesta luta, mas nunca pensei que o entusiasmo seria tão grande!

O meu pai faz uma festa cada vez que me vê, ele é sorrisos e perguntas e festas na barriga, mesmo quando ela ainda nem se notava. 

A minha mãe, que acho que não pegava em uma agulha desde que o meu irmão nasceu, já tricotou dois pares de botinhas e este fim de semana fomos a uma retrosaria escolher tecidos para lençóis. Acabamos por comprar em tons de azul, mesmo sem confirmação do sexo, e também não temos berço nem carrinho, mas estimamos as medidas... São pormenores que agora não interessam nada!lol! Adoro coisas feitas à mão, então sou a primeira a incentivar esta iniciativa dela. Não sabia que também se usavam lençóis no ovinho, mas não dei parte fraca, assim como não me descaí quando ela disse que o tecido era muito bom e facilitava imenso quando fosse passar a ferro. Não passo os meus e também não acho que vá passar os do rebento, mas Claro que sim, claro! 

Eu que sou um bocadinho menos prendada ambiciosa nos projetos manuais, trouxe duas fraldinhas de pano com uns quadradinhos para bordar em ponto cruz. Logo mostro a resultado.

Depois de algumas noites de sono, conversas com o marido, (que me está a surpreender pela maneira como superou rapidamente este contratempo e agora está mais motivado e disposto que nunca, o que for necessário, da maneira que tiver de ser) e conversas com os meus pais, que na sua infinita sabedoria, sabem sempre o que dizer. 

O meu pai foi mais para o colinho, enxugar as lágrimas e prometer-me que vai correr tudo bem, a minha mãe foi mais dura, relembrou-me que a vida nos faz passar pelas coisas porque todos temos lições a aprender, existe algo em nós que deve ser mudado ou melhorado. Continuo a ter demasiada dificuldade em pedir ajuda e quando o faço, tenho relutância em aceitar os conselhos alheios se forem diferentes daquilo que eu penso. Vivo em ansiedade e viver em ansiedade é não estar no presente, vivo em função do futuro e de expectativas que crio, é uma desilusão constante. Preciso viver mais para mim e de uma forma mais saudável.

Tenho uma mãe incrível ou quê?

Eu percebo e aceito tudo isto, mas depois não consigo interiorizar. Faço algumas mudanças, mas depois volto ao mesmo registo de sempre.

Por isso, também por conselho da minha mãe, acho que vou procurar ajuda. Não sabem o que me custa escrever isto, falar com um psicólogo acho que é a situação mais longe da minha zona de conforto que posso imaginar. Mas acho que devo experimentar, se me ajudar, ótimo, se não gostar, pelo menos tentei. O importante é sentir-me melhor e mais forte para enfrentar tudo o que aí vem.

Sogras

Não me posso queixar da minha, sempre me tratou muito bem, mas a verdade é que não temos muito em comum.

Talvez por ser uma pessoa muito simples, diz logo o que lhe vem à cabeça, sem pensar muito em sensibilidades alheias.

Quando o meu marido lhe disse que estávamos a tentar engravidar há já algum tempo, mas sem sucesso, ela disse: “pois, esperaram demasiado tempo, agora é mais difícil!”. Não é mentira, mas acho que não era bem o apoio que ele queria da mãe...

Agora contou-lhe da operação, ao que ela respondeu "Ai filho, mas não tens medo? Vais te meter nessas coisas... E se corre alguma coisa mal?" Mais uma vez, não é mentira, mas ele precisa é de apoio e confiança, não de depois-não-digas-que-não-te-avisei.

Nem sei porque é que ainda me espanto, quando contei da operação a uma colega, ela perguntou-me porque é que não usávamos um banco de esperma...

Cada vez mais me convenço, que só percebe estas coisas quem passa por elas e que o melhor é estar caladinha.

Feliz dia da criança!

 

Hoje recebi uma mensagem da minha mãe a desejar-me um feliz dia da criança! Ela mandou também para o Z., tão querida!!

Ele viu uma brincadeira, eu vi uma mensagem subliminar que dizia: "quero netos, quero netos já"!! lol!

E eu quero dar-lhe netos sim...