sexta-feira, 31 de maio de 2013

Sinto-me a viver o filme Psycho...

Sempre o modo suspense, à espera de quando é que o assassino o meu período vai aparecer!

Ontem podia jurar que tinha aparecido, senti mesmo. Estava em plena conversa com o meu chefe e fiquei tão atrapalhada que perdi o fio à meada da conversa, inventei qualquer coisa e corri para a casa de banho, falso alarme felizmente!

Entre o tempo que perco a verificar os peitos (que acho que só me doem de tanto que os aperto!) e ir à casa de banho, é um trabalho a tempo inteiro. Só visto!

Continuo com as moinhas, às vezes mais abaixo, às vezes mais acima, às vezes mais aos lados. Já percebi que não percebo nada disto...

Momentos histéricos à parte, sinto-me menos pessimista. Não vale a pena estar a inventar vereditos, é mesmo esperar pelo melhor, distrair-me com outras coisas, embora nunca consiga esquecer o assunto em questão, e esperar por 3ªf.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ontem à tarde comecei com os sintomas que costumo ter antes da menstruação e se estava a lidar bem com a espera, lidar com a possibilidade crescente de um negativo tornou-se muito mais difícil. 

Os sintomas valem o que valem, eu sei, e não vale a pena estar com comparações porque varia muito de pessoa para pessoa, mas não tenho mais nada a que me agarrar. Era tão mais fácil se os sintomas fossem óbvios. Estou constantemente com a sensação de que o período chegou e sinto o peito menos sensível, mas continuo com as moinhas.

Não estou a dramatizar porque estou ansiosa, conheço bem o meu corpo e por isso é que acho que não estou enganada, infelizmente. Ao mesmo tempo, nunca estive grávida, nem sei os sintomas que teria e é isso que me dá esperança.

Não me dou por vencida, continuo a pedir muito que esta benção nos seja concedida, mas ao mesmo tempo preparo-me para a desilusão se confirmar que não foi.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Algumas coisas que ficaram por mencionar:

- Comecei a fazer o Progeffik no dia da punção, 3 vezes ao dia. Acho que será igual para toda a gente...

- Como me fiz sócia da APF tive 10% de desconto em tudo (medicação, tratamento e crio-preservação), vale bem a pena!

- Tudo foi feito na Cemeare com o Dr. Pedro Sá Melo. Não tínhamos nenhum sítio referência para escolher e não conheço pessoalmente ninguém que tenha feito tratamento para engravidar, então acabou por ser no seguimento da recomendação da minha médica  e de uma colega da minha mãe que lá fez tratamento e também pela tabela de preços, que achei mais simpática. Agora que a parte deles terminou, posso dar a minha opinião pessoal. Gostei do pessoal, do atendimento do médico e das instalações (talvez mais humildes que em outra clínicas, mas é tudo novo e não senti falta de nada). Não sei o desfecho do tratamento, mas se for negativo, não penso que seja por alguma coisa que a clínica fez mal. O único ponto negativo é a falta de sítio próprio para os maridos darem o seu contributo, isso é feito numa casa de banho normal. Ou seja, juntando a falta de estímulo com os nervos, o meu marido ficou um bocado perturbado...

Por cá estamos bem, só me senti nervosa hoje, mas foi porque vim trabalhar e as coisas estão um pouco complicadas por cá.
Questiono-me muitas vezes se estarei grávida, mas não me sinto especialmente ansiosa. Mas já notei que não gosto que me perguntem sobre isso. Também tenho sonhado muito, nem sempre sobre este assunto. 
Passo as mãos na barriga e visualizo o meu pequeno perdigoto a desenvolver, digo-lhe para se agarrar bem e crescer
Os sintomas são os normais da medicação, peito dorido e moinhas. Ás vezes acho que são diferentes dos que já tenho sentido, ás vezes acho que são exatamente iguais aos que antecedem a menstruação todos os meses.
Já só faltam 7 dias para saber!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A transferência ou a reviravolta final

Ontem lá fomos para a transferência, o médico chamou-nos para a sala e ficámos à espera da bióloga para ficarmos a par de tudo. O médico disse logo que as notícias eram boas, para ficarmos descansados, mas preferia que fosse a bióloga a explicar. 

Ela lá veio, começou por nos mostrar fotos dos nossos projetos de gente: a microinjeção, a divisão celular do 1º dia e do 2º, depois explicou que um dos embriões tinha fragmentação superior a 50% e por isso iria ser descartado (coitadinho...) mas que o outros 3 eram de muito boa qualidade e tendo em conta a minha idade (30) era a sugestão dela é que transferíssemos apenas um.


Não estava a nada à espera desta! Nesta altura o médico interveio, dizendo que depois de ficar a saber estes dados foi também essa a ideia dele, por isso estava totalmente de acordo com a bióloga. A decisão final seria sempre nossa, mas era a opinião deles que tínhamos boas hipóteses de conseguir uma gravidez com um destes embriões e que transferir mais um não iria aumentar muito essas hipóteses, apenas ia aumentar a probabilidade de termos gémeos. Ora nós já nos tínhamos preparado para essa possibilidade e ficaríamos muito felizes se assim fosse, mas podendo escolher, preferimos um filho de cada vez.
Olhámos um para o outro e percebemos que estávamos os dois de acordo em confiar na decisão do médico e transferir apenas um e congelar os outros dois.
Eles transmitiram-nos um otimismo e confiança tão grande que pareceu a opção mais acertada. Obviamente que não há garantias de nada, eles apenas podem avaliar a qualidade do embrião e esperar pelo melhor. O resto fica por conta da mãe natureza.

Tomada a decisão, fizémos a transferência do piqueno. Não custa nada, mal se sente e depois fiquei deitada uns 15 ou 20 minutos falando os 3 sobre como isto da crio-preservação parece ficção científica para a maioria das pessoas (onde me incluo). Tirámos dúvidas sobre o que eu podia ou não fazer e o médico disse faça tudo o que sempre fez, não faça nada que nunca tenha feito! Disse que não havia problema em fazermos a viagem para baixo, mas para pararmos algumas vezes para descansar e assim foi. 
Hoje sim estou de descanso, até segunda ou terça, conforme achar melhor.

No geral sinto-me muito bem, ficámos os dois felizes com a decisão tomada e estamos bastante otimistas. Quero acreditar que sim, vamos ter o nosso final feliz, é o nosso filho que carrego aqui e vai correr tudo bem. Por outro lado tenho medo de me apegar a um sonho e sofre uma enorme desilusão daqui a duas semanas...

O beta será feito no dia 4 de junho, até lá vou tentar guardar este assunto numa gaveta mental e deixar nas mãos do destino. 
Será nosso, se tiver que ser nosso.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Falei à pouco com a bióloga e parece que os nossos 4 projetos de gente foram todos fertilizados e assim confirma-se a transferência amanhã.


Fiquei muito feliz e mais descansada, é uma pequena vitória, mas é mais um passo na direção certa

Agora só desejo que amanhã as notícias sejam boas também!

Obrigada pela vossa preocupação e recadinhos de encorajamento!
Ontem foi o dia da punção.
Correu tudo bem, foi rápido e indolor. Vesti a bata, falei um pouco com o médico e depois fui levada para a sala da punção, onde estavam duas enfermeiras,o médico e a anestesista. Toda a gente foi sempre muito simpática e brincalhona, o que ajuda com o nervosismo. A agulha na mão dói um pouquinho, mas nada de especial e em segundos apaguei e já só acordei na cama.
Passado um pouquinho o médico veio falar comigo e dizer-me que tinha corrido tudo bem, mas que só tinham retirado 4 ovócitos...

Fiquei triste, já me tinha preparado para isso desde que fizémos a ecografia, mas pronto, havia sempre a esperança de que naqueles últimos dias mais alguns tivessem crescido.

Estive umas 2 horas a descansar e depois deram-me um lanchinho, nessa altura veio a bióloga falar connosco. Disse-nos que os 4 ovócitos estavam todos maduros, uma boa notícia, e que já tinham procedido à micro-injeção e que hoje ficaríamos a saber quais tinha sido fecundados. 
Tudo correndo bem, a transferência será amanhã à tarde.

Vou repetindo a mim própria poucos mas bons e só precisamos de um, para não cair no pessimismo. Depois de tanto sacrifício não posso sequer pensar que possamos nem ter a oportunidade de levar o processo até ao fim.
Agora é ter fé e pensamento positivo que o nosso filho esteja lá no laboratório à espera que o vamos buscar amanhã.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Ontem


Que dia cansativo... Todo o processo é difícil e fazê-lo a 300km de casa não ajuda nada!

A análise ao estradiol teve o resultado de 275, quando o esperado seria perto de 400...
A ecografia revelou um folículo de 12 e 6<10 no ovário esquerdo e 3 de 12, 13 e 14 e 10<10 no outro. Nada muito espetacular, como se vê.

Falei com o médico e ele estava hesitante entre manter a medicação e na 2ªf fazer nova ecografia ou seguir para a punção na 3ª. Disponibilizei-me para o que fosse necessário, obviamente, e ele achou melhor seguir para a punção.
Assim continuo o menopur e cetrotide até sábado, domingo já não faço nada e na madrugada de 2ªf faço o pregnyl. 
A punção será na 3ªf às 14h e a transferência na 5ªf ou 6ªf.

Estou um bocado desanimada, queria estar a responder melhor para termos mais hipóteses de sucesso. Eu sei que basta um, que poderia ter 20 folículos bons e mesmo assim não engravidar.
Tento ao máximo confiar que o médico esteja a fazer o melhor para nós, mas ao mesmo tempo estou sempre a duvidar se devíamos esperar mais uns dias, alterar a medicação, sei lá... 
Eu sei que não há respostas certas, é tudo muito variável e a sorte ou o azar têm um papel enorme nestas coisas.

O cansaço, a frustração e os nervos deram origem a um pequeno ataque de pânico ontem à noite na altura de dar a primeira injeção do cetrotide... Fiquei cheia de medo de aparecer sangue e ter que jogar tudo fora, como diz nas instrunções. Lá chamei a minha enfermeira pessoal antes de fazer alguma asneira e correu tudo bem. Vocês são uma corajosas de fazer tudo sozinhas!

Agora é transformar esta ansiedade em otimismo, afinal porque é que não há de resultar?

Hoje é dia do nosso aniversário, 11 anos! Não há orçamento para grandes comemorações, mas pelo menos haverá um jantarinho fora para distrair a cabeça.

Bom fim de semana.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Castelo de cartas



Percebi anteontem que o meu entusiasmo e calma têm a resistência de um castelo de cartas...

Ligaram-me da clínica a perguntar se eu não deveria já ter entregue a ecografia e análises? Respondi que não, que o médico tinha marcado para dia 16, é que o sr. dr. apontou na sua ficha dia 13
Senti o pânico invadir-me, teria ouvido mal? apontado mal? 
Ela ficou de falar com ele e ligavam-me de seguida. Assim foi, o dr ligou-me e acabámos por perceber que ele me tinha dado as indicações corretas, mas apontou mal as datas na ficha. 
Suspirei de alívio...
Mas já não consegui relaxar, fiquei tensa e preocupada, só a pensar em tudo o que pode correr mal. Foi difícil de me convencer que ainda não havia motivos para stressar.

Felizmente passou e ontem estive novamente animada e optimista, até dei a injeção sozinha. Fiquei tão orgulhosa!

Já percebi que é fácil perder a calma, se sinto alguma coisa penso se estarei a fazer hiper-estimulação, se não sinto nada acho que o medicamento não está a fazer efeito...
Mas são loucuras de curta duração e tenho conseguido afastar pensamentos menos positivos. 

Amanhã temos a ecografia e análises e começamos o Cetrotide.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

So far so good

Cá estamos no 3º dia de preparação para a FIV/ISCI.

Estou a fazer 150 de Menopur e na 5ªf temos a análise e ecografia para ver como estou a reagir. Não tenho sintomas de nada, para além de por vezes sentir os ovários como sinto na altura da ovulação, acho que será normal. Também não perguntei se havia alguma restrição especial para este medicamento, mas tenho evitado as bebidas alcoólicas e mantive o café, visto que só bebo 1 por dia. Ou devia cortar totalmente?


As injeções têm sido fáceis, mas devo admitir que tenho feito batota​: quem as deu foi a minha mãe! Ela ofereceu-se, para além de mãe é também enfermeira, então não resisti a aceitar. Tirou alguma da pressão do processo, evito o receio que tinha de fazer alguma asneira e alguma da solidão que isto envolve. 
Assim tudo tem sido feito a 4: eu, o marido, o meu pai e a minha mãe/enfermeira. A mim não me custa nada, nem sinto, o meu marido ainda é o que fica mais aflito e o meu pai vai dizendo piadas do género: agora não bebas líquidos, que ainda começas a vazar com tantos furos!
Tornámos esta parte mais descontraída e acho que é melhor assim.
Tenho conseguido pôr de lado os medos e estou conformada com o caminho que temos que percorrer para termos a nossa família. Estou até entusiasmada!

Contei ao meu chefe o que se estava a passar e ele não conseguiu compreender como é que nós optávamos por gastar tanto dinheiro por uma hipótese de sucesso tão pequena, em vez de irmos tentando naturalmente e esperando pelo público. De um ponto de vista racional, percebo o que ele quer dizer, mas emocionalmente (e novamente vem a parte de só sabe quem passa por isso) é um sofrimento enorme esperar só por esperar. A vida é demasiado curta para a viver em sofrimento e temos esta oportunidade de resolver as coisas e aproveitámos. 
Mas desejou-nos toda a sorte e pôs-me à vontade para faltar sempre que necessário. Já agora, para quem puder e quiser responder: ficaram de repouso depois da punção? E da transferência? Quantos dias?

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O início




Começamos hoje o processo.
Bem, tecnicamente começaremos sábado, o dia da primeira injeção.  Mas hoje apareceu o período e já falei com o médico e a ecografia e análises já estão marcadas.

Sinto um friozinho na barriga e alguma ansiedade, mas especialmente sinto medo.
Medo de correr alguma coisa mal com a medicação.
Medo de estar a gastar todas as nossas poupanças.
Medo de acreditar que vai resultar e depois desiludir-me.
Medo de não acreditar e o pessimismo prejudicar o processo.
Medo de todo o desconhecido que isto envolve.

Medo que não resulte. Medo que resulte.

Mas isto é hoje, que está tudo tão fresco. 
Amanhã estarei melhor.
Sábado até vou estar ansiosa pela primeira pica.

Não vale a pena olhar muito à frente, que tudo vai parecer grande demais.
Baby steps. Uma vitória de cada vez.