sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Bom fim de semana

quero um destes lá para casa, ou os dois vá...



Não sou de me queixar muito, embora a julgar por este blog ninguém diria, menos ainda para os meus pais, não os quero sobrecarregar com os meus problemas. Mas a maior parte das vezes nem preciso dizer nada que eles percebem que algo não está bem. 
Esta semana não me deixaram ir embora sem lhes explicar o que se estava a passar, como a gravidez do P. e da C. era um sentimento tão agridoce para mim. Eles já sabiam da gravidez, mas não me quiseram contar (o que me leva a pensar que ou há muita gente que se preocupa com os meus sentimentos, ou acham que tenho um bocadinho de Dexter em mim). Chorei baba e ranho, como só fazemos no colo dos pais e acho que só nessa altura é que eles perceberam o quanto esta espera toda me tem afetado. 

Desde então, a minha mãe farta-se de pesquisar na net, de vez em quando liga-me:
"e se procurassem uma 2ª opinião?"
"já viste este tratamento que podem fazer?"
"encontrei uma clínica muito recomendada"
e afins.

Mais uma vez agradeço pela família que tenho, o carinho, a preocupação, o interesse nos nossos problemas e a disposição para saberem mais e aconselharem.

Expliquei-lhe que tudo isso já eu li e reli, e acredito que por agora tenhamos tomado a melhor decisão. Acredito que havendo uma hipótese de podermos resolver o problema, em vez de o tentarmos contornar, então devemos tentar. Arrependo-me apenas de por forretice não termos feito um espermograma num sítio especializado, mas o próximo já será.
Estabeleci um plano para o início próximo ano, que fica dependente do resultado da operação. 
E sim, acredito que devemos obter uma segunda opinião, os médicos por muito bem intencionados que estejam, estão sempre condicionados pela sua própria experiência e pelos meios que têm disponíveis. 

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Copo meio cheio, copo meio vazio



Esta semana tenho andado em baixo, distraída, sem me conseguir concentrar no trabalho. A euforia da operação esfumou-se e agora a impaciência é que impera.

Também não ajudou descobrir mais duas grávidas nos últimos dias. Uma prima, tenho tantos primos que no Natal há sempre alguém grávido e/ou um bebé, e uma antiga colega de trabalho, aqui fiquei mesmo feliz, ela tem ovários policísticos e há uns anos foi-lhe retirado um ovário, se a isso juntarmos os 35 anos, as hipóteses eram remotas, mesmo assim ela conseguiu. Não me contou, porque achou que eu ia ficar triste... 

Ontem, respirei fundo e tentei ver o outro lado desta situação. 
Se há um lado positivo desta provação é desafio que é posto à relação do casal. 
Nós moramos juntos à 5 anos. Talvez eu tivesse expectativas demasiado altas, porque a fase de decoração da casa foi tão divertida, estávamos tão entusiasmados, eu achava que quando nos mudássemos ia ser uma lua de mel. Nada disso... O choque dos hábitos, os diferentes horários de trabalho, as responsabilidades, a cozinha, as limpezas, as contas para pagar... 
Levámos bastante tempo para ficarmos em sintonia.
Sintonia essa que se tem mantido nestes dois anos. Enfim, com alguns desentendimentos pelo meio, claro. Mas quanto mais tempo passa, mais próximos nos tornamos, mais carinhosos e pacientes estamos um com o outro, numa espécie de só-eu-sei-o-que-estás-a-passar-e-estou-aqui-para-ajudar.

Gosto que perante a adversidade estejamos a conseguir manter esta equipa a funcionar.
Talvez tudo isto seja necessário para estarmos preparados para a responsabilidade de receber mais alguém nesta pequena família.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

“O sonho de ser mãe não conhece prorrogações, prazos, conjunturas sócio-económicas.” 
FAMÍLIA TAVARES DIAS, VALONGO

Hoje, no Público.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012



Mais uma consulta com o "nosso" urologista. Essencialmente foi para ver se a recuperação estava a correr bem e para marcar a reavaliação do nosso caso. Novo espermograma para o final de fevereiro e consulta em março.

Saímos de lá esperançosos e animados, esperar mais este tempo nem parecia mau de todo.
Mas estes sentimentos não duraram muito. Um casal nosso amigo convidou-nos para jantar e anunciaram que estavam à espera de bebé. A nossa reação foi mais ou menos tipo soco-no-estômago! Todo este tempo, uma das coisas que me tem consolado é que as gravidezes que vão acontecendo não são de pessoas muito próximas de mim: amigas de amigas, primas que moram longe, bastante mais fácil de processar. Naquele momento senti-me a esverdear e a imaginar os próximos meses a lidar com a barriga alheia semanalmente... 

Mas ao mesmo tempo fiquei tão feliz por eles e depois de meio segundo de um sorriso amarelo, saiu um sincero "parabéns!!".

Tem sido tão difícil digerir isto...
Assim que ficamos sozinhos, eu olhei para o meu marido e só fui capaz de dizer "matem-me já...", ao que ele respondeu "se soubesse que era para isto não tinha vindo" e depois rimo-nos! É horrível, eu sei. Mas a reação dele foi mesmo o que eu precisava para me animar, eu precisava de alguém que compreendesse os meus sentimentos de inveja e injustiça, mesmo que no fundo a alegria pela notícia seja maior que tudo o resto.

Agora os meses que vamos esperar parecem-me intermináveis, as hipóteses de sucesso parecem-me mínimas e pronto, bye bye serenidade.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

80



Hoje o meu avô faria 80 anos.
Não fará porque nos deixou no início deste ano. 

Não falei disso na altura e ainda me custa falar disso agora. Não pela tristeza do acontecimento, embora sinta muito a falta dele. O meu avô materno foi sempre muito presente na minha vida, ás vezes chato e teimoso, mas sempre muito generoso e bem intencionado. Ele adotou o Z. como o seu 3º neto e ajudou-nos imenso.

Não, o que me custa, o que me envergonha, é que não chorei quando ele morreu. 
Na minha cabeça, ou no meu coração, sinto-me anestesiada e tudo aquilo foi muito triste mas comparativamente não é o pior que estou a passar.

Como é que é possível que eu sinta mais falta de alguém que só existe no meu coração, do que de alguém que esteve presente a minha vida toda?

Como é que eu choro tantas vezes porque o meu peito parece que vai implodir de saudades de um filho que não tenho, mas não me comovo por alguém que cuidou de mim?

Não está certo!
Mas não consigo que seja de outra forma.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Da operação

Mais um passo dado nesta luta contra a infertilidade. 
O marido foi operado na semana passada e correu tudo muito bem. Coitadinho, estava tão nervoso que quando chegamos ao hospital nem foi capaz de dizer ao que ia, tive de falar por ele! 

Estive nestes últimos 4 dias em casa com ele para lhe dar o apoio necessário, o corte é feito um pouco acima da virilha, por isso os movimentos mais banais tornam-se um pouco dolorosos. Têm sido dias de muito sofá e muita televisão. A recuperação também tem corrido bem.

Do hospital só tenho coisas boas a dizer, as condições e o pessoal, tudo 5 estrelas!

Eu sempre estive bastante optimista para a operação, nunca duvidei que fosse correr tudo bem. Estou bem mais receosa para o que se segue, agora há um investimento emocional muito maior da nossa parte. Maior será a decepção se não conseguirmos.
Não sei se estou a ser pessimista ou realista, mas tenho sempre presente o facto de a operação poder não resolver o problema dele ou haver outro problema ainda por detectar. Por muito que saiba que a baixa contagem explica o não conseguirmos engravidar, estou sempre a questionar como é que ao "fim de 2 anos não houve um que conseguisse chegar? Deve haver mais qualquer coisa..."

Enfim, estou a tentar não sofrer demasiado por antecipação e não pensar muito nisso nos próximos 3 meses. 
Já vos tinha dito, que ontem li o meu horóscopo e lá dizia que poderei descobrir que vem um bebé a caminho? Acho que não sou muito boa a seguir os meus próprios conselhos... 

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Por cada pessoa que não nos percebe, temos os meus pais que valem por elas todas!


Na semana passada tivemos as consultas de preparação para a cirurgia. Entre uma consulta e outra, a minha mãe foi lá ter connosco para saber se estava tudo a correr bem. No dia seguinte o meu pai veio tomar café comigo para saber como tinha corrido.
Fico emocionada e agradecida com tanta dedicação e carinho!

Bem sei que isto é essencialmente preocupação com o meu marido, é do conhecimento geral o amor que ele tem (not!) por hospitais, sangue, injeções e demais assuntos médicos...

Noto de dia para dia que ele está mais calado. Ele que fala imenso! O medo e a ansiedade fazem-no acordar durante a noite e ficar a dar voltas na cama. Já lhe expliquei que este é o parto dele, também me calhará a mim. Provações dos dois lados que é nunca nos esquecermos o quanto especial será(ão) o(s) nosso(s) filho(s), o quanto o(s) desejámos e que estaremos sempre dispostos a tudo por ele(s).

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Do 007




Muito bom mesmo, talvez o meu preferido de todos. A história, a fotografia, o vilão e o Bond himself claro!