sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se eu podia ser mais zen?

Podia, mas não era a mesma coisa!
Para quê ser zen se podemos desatar num pranto porque paramos o carro para uma senhora atravessar a passadeira e reparamos que ela está grávida! Vá lá que ia sozinha...

Na consulta de pré-treinos a médica disse-me para apontar as informações de todos os ciclos. Eu, completamente num espírito a-infertilidade-a-mim-é-uma-cena-que-não-me-assiste, peguei numa folhinha de um post-it e fiz uma colunas com a data do período e a duração do ciclo e guardei na carteira.
Esta semana quando o fui actualizar, percebi que já tenho a folhinha quase cheia de
datas e números, e vi que realmente não estava preparada para esta espera.
Não, não, essas coisas só acontecem às outras, aquelas mulheres malucas que metem na cabeça que precisam de um filho já e depois nem conseguem esperar uns meses sem entrar em depressão. Eu? Eu não, eu sou mais eu, isso não vai acontecer comigo...
.
.
.
(12 meses depois)

Enfim, não passo os dias a choramingar pelos cantos, a vida continua, mas penso nisso cada vez mais vezes, afecta-me, distrai-me...entristece-me...
Perdi o gosto pelo trabalho, pelas saídas em sítios cheios de gente, estou bem é em casa, sossegadinha no sofá.
A tal serenidade é sol de pouca dura, basta um quase nada para que mude e já não me apeteça nada. Percebo que esta espera tem tido a sua utilidade também, mas ao mesmo tempo desgasta-me, faz-me sentir como se nada na minha vida corresse bem, quando sei que isso não é verdade.
Preciso de me animar, melhor, preciso de mudar, de aprender a viver apesar de ser treinante, apesar dos contratempos da vida.

Mas isto já passa, que 3ªf é dia de consulta e de novos planos.

4 comentários:

  1. Infelizmente pensámos sempre que só acontece aos outros, é bem verdade.
    Força e coragem para ti também.

    ResponderEliminar
  2. Quando partimos para esta nova etapa achamos que vai ser logo que é tudo fácil, mas depois o tempo vai passando e tudo nos passa pela cabeça.

    Eu coloquei um prazo na minha cabeça que seria um ano e meio, pois é o prazo que os médico dão antes de fazerem qualquer tipo de tratamento.

    Eu quando cheguei a médica a dizer que ja estava a tentar á um ano ela olhou-me com a maior serenidade disse que era normal e passou-me Dufine (que nao cheguei a tomar).

    Sempre pensei que acontecesse só aos outros, mas o que é certo é que demorei 20 meses e isso ensinou-me tanta coisa, custa muito mas molda-nos muito como pessoas e ensina-nos a ver a vida de outra forma.

    Vais conseguir, está quase.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. É verdade, ainda hoje, depois de ter a minha pequenina nos braços, continuam a existir palavras ditas e coisas que vejo, que me ferem a alma! É uma etapa difícil mas será superada muito em breve! Beijinhos

    ResponderEliminar
  4. O que é preciso é não desanimar. Força.

    ResponderEliminar