quarta-feira, 23 de abril de 2014

O Parto

Tanta coisa para contar, vou então começar pelo princípio: o parto. Tão temido, tão planeado, tanta expectativa e afinal é uma parte tão pequena de tudo isto.

No dia 8 fomos ao hospital para ver como estavam as coisas, tudo ok, o colo estava mais permeável mas continuava tudo ainda atrasado. Estava a perder um pouco de líquido mas nada de grave e a médica deu-me a escolher entre ficar e induzir ou esperar mais uns dias. Ela aconselho ficarmos e foi isso que decidimos, fui internada às 10h, nunca pensei que só teria o meu menino nos braços 24h depois.
A médica pôs o primeiro comprimido e começou a espera. Fui sentindo aquelas contracções fraquinhas como sentia em casa, mas estava bem. O marido teve de sair e voltou na hora das visitas, esta foi a única altura em que ele não esteve ao pé de mim até ao nascimento. 
Almocei e a médica veio novamente ver como estávamos, pouca diferença da manhã então pôs o segundo comprimido. Depois do tempo de repouso, a ordem era andar lá pelos corredores para ajudar no processo, assim  fizémos. A meio da tarde começaram as contracções dolorosas, uma dor aguda na parte de baixo da barriga, ás vezes nas costas. Lá ia praticando a respiração que aprendi no curso e o marido ia fazendo umas massagens. Pelo meio alguns CTGs e toques, mas a dilatação estava a ser muito lenta e só depois dos 4cm é que me poderiam levar para o bloco de partos. As contracções foram-se tornando mais próximas e intensas e as dores foram piorando, pedi a bola de exercícios na esperança que ajudasse. Nesta altura já nem conseguia falar quando elas vinham... Os meus pais estavam na sala de espera e as enfermeiras permitiram que o meu marido ficasse comigo mesmo depois da hora das visitas. Eu já só lhe dizia, meio a brincar, meio a sério, que já não aguentava mais e que queria ir para casa.
Pela meia noite já tinha a dilatação necessária e passei para o bloco de partos. Pedi a epidural porque já não aguentava mais e ainda faltava tanto... Rebentaram-me as águas e nessa altura as dores pioraram muito. Lá veio o anestesista e as coisas começaram a acalmar, não fiquei totalmente anestesiada porque continuava a sentir as contracções do lado direito, mas era uma dor suportável. 
Foram umas horas muito estranhas, com a diminuição das dores ganhei um novo ânimo, pronta para o resto do trabalho de parto, mas tínhamos que esperar pelos 10cm da dilatação e isso só aconteceu de manhã. Foi como estar numa sala de operações, pronta para ser operada, mas em que nada acontecia. Não houve partos nessa madrugada então o silêncio era total. Como tudo estava tão calmo permitiram que a minha mãe ficasse na sala connosco. Descansámos, dentro do possível, e de 2 em 2h a enfermeira vinha vinha ver como estavam as coisas. Percebi pela conversa dela que ela não estava muito convencida de que iria conseguir ter um parto vaginal, o que me deixou um pouco triste por pensar que tanto trabalho ia acabar numa cesariana.
Pelas 8h o turno mudou, veio uma equipa nova e cheia de vontade de fazer o bebé nascer. Animaram-me bastante e voltei a acreditar que tanto esforço não tinha sido em vão. A dilatação estava quase completa e o médico mandou parar a anestesia para que eu fosse sentindo as contracções e aquela vontade de fazer força. As contracções eu já sentia, mas a vontade de fazer força nunca cheguei a sentir. Em cada contracção fazia a força conforme me tinham ensinado no curso, o que aliviava as dores.
Pelas 9h a dilatação estava completa e o bebé já tinha começado a descer. Prepararam tudo e o período expulsivo começou. Tinha uma enfermeira de cada lado, assim como o meu marido e a minha mãe e veio uma médica fazer o parto. Todos a puxarem por mim e a darem-me força em cada contracção que vinha. Tiveram que usar ventosas para dar uma ajudinha ao rapaz, mas pelas 10h em ponto ele saiu e foi um alívio imenso.

Limparam-no e puseram-no um bocadinho em cima de mim e foi surreal conhecer aquele serzinho que habitou a minha barriga tantos meses. A primeira coisa que lhe disse foi "Oh desgraçado!", acham normal?? Mas é que ele tinha um ar de quem tinha passado por muito também e aquilo saiu-me sem pensar!


Olhando para trás, foi difícil e longo, mas quando o bebé nasce parece que nos esquecemos de quase tudo o que acabámos de passar.

7 comentários:

  1. Que bom que tudo correu bem! :)
    É lindo!!!!

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  2. Ola,
    Descobri este cantinho porque vou lendo por ai...
    Comecei a ler e gostei,
    Vou seguir,pois porque tambem esperamos um Samuel...

    Muitas felicidades nessa nova aventura de pai e mae,beijinhos.

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  3. Correu tudo bem para a mamã e para o bebé e isso é que é mesmo o mais importante! Bem-vindo Samuel!! E muiitos parabéns aos papás, têm um menino lindo!!!
    Beijinhos

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  4. Coisinha tão boa!! =))
    O que importa sempre é que no final corra tudo bem.

    http://agatadesaltosaltos.blogspot.pt/

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