Ontem lá fomos para a transferência, o médico chamou-nos para a sala e ficámos à espera da bióloga para ficarmos a par de tudo. O médico disse logo que as notícias eram boas, para ficarmos descansados, mas preferia que fosse a bióloga a explicar.
Ela lá veio, começou por nos mostrar fotos dos nossos projetos de gente: a microinjeção, a divisão celular do 1º dia e do 2º, depois explicou que um dos embriões tinha fragmentação superior a 50% e por isso iria ser descartado (coitadinho...) mas que o outros 3 eram de muito boa qualidade e tendo em conta a minha idade (30) era a sugestão dela é que transferíssemos apenas um.
Não estava a nada à espera desta! Nesta altura o médico interveio, dizendo que depois de ficar a saber estes dados foi também essa a ideia dele, por isso estava totalmente de acordo com a bióloga. A decisão final seria sempre nossa, mas era a opinião deles que tínhamos boas hipóteses de conseguir uma gravidez com um destes embriões e que transferir mais um não iria aumentar muito essas hipóteses, apenas ia aumentar a probabilidade de termos gémeos. Ora nós já nos tínhamos preparado para essa possibilidade e ficaríamos muito felizes se assim fosse, mas podendo escolher, preferimos um filho de cada vez.
Olhámos um para o outro e percebemos que estávamos os dois de acordo em confiar na decisão do médico e transferir apenas um e congelar os outros dois.
Eles transmitiram-nos um otimismo e confiança tão grande que pareceu a opção mais acertada. Obviamente que não há garantias de nada, eles apenas podem avaliar a qualidade do embrião e esperar pelo melhor. O resto fica por conta da mãe natureza.
Tomada a decisão, fizémos a transferência do piqueno. Não custa nada, mal se sente e depois fiquei deitada uns 15 ou 20 minutos falando os 3 sobre como isto da crio-preservação parece ficção científica para a maioria das pessoas (onde me incluo). Tirámos dúvidas sobre o que eu podia ou não fazer e o médico disse faça tudo o que sempre fez, não faça nada que nunca tenha feito! Disse que não havia problema em fazermos a viagem para baixo, mas para pararmos algumas vezes para descansar e assim foi.
Hoje sim estou de descanso, até segunda ou terça, conforme achar melhor.
No geral sinto-me muito bem, ficámos os dois felizes com a decisão tomada e estamos bastante otimistas. Quero acreditar que sim, vamos ter o nosso final feliz, é o nosso filho que carrego aqui e vai correr tudo bem. Por outro lado tenho medo de me apegar a um sonho e sofre uma enorme desilusão daqui a duas semanas...
O beta será feito no dia 4 de junho, até lá vou tentar guardar este assunto numa gaveta mental e deixar nas mãos do destino.
Será nosso, se tiver que ser nosso.