segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Quem sabe, sabe

Há umas semanas tivemos um jantar com alguns casais, um dos quais já sabia da novidade, outro não conhecíamos e outro que já não víamos há imenso tempo, mas que sabíamos que tinham o seu pequeno Guilhermes graças a tratamentos.

Assim que nos sentamos à mesa, perguntaram se eu queria vinho, nem tive tempo de responder, o meu marido disse logo "ela não pode porque está grávida!". Eu posso com isto?? Este homem deixou de saber guardar segredos... Enfim, foi uma festa e o assunto acabou maioritariamente por ser este o resto da noite.

A R. que fala bastante abertamente sobre a situação de infertilidade e os tratamentos que ela e o marido passaram, contou-me que queria mais um filho mas o marido não e já está quase com 40 anos, o que era uma pena porque tinham ainda embriões crio preservados. Brincámos até que agora ela nem precisava dele, bastava ir à clínica.
Hesitei se lhes contava da nossa situação, não por mim, mas pelo meu marido, mas não podia perder a oportunidade de falar pessoalmente com alguém que passou pelo mesmo
Senti-me como um daqueles combatentes do ultramar a trocar histórias de guerra. Tirando o apoio virtual que aqui tenho recebido (e que não vale pouco!), nunca tinha falado com alguém que realmente percebesse a angústia de passar por algo assim. Nunca me tinha sentido tão compreendida, lavei a alma! 

Sei que não é muito fácil falar destas coisas com outras pessoas, mas se tiverem a oportunidade de desabafar, façam-no.


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