segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ensinar a viver


Nas últimas semanas temos tido formação cá na empresa, uma delas de avaliação de desempenho. 
Devo já admitir que sempre me irritaram um bocadinho aquelas pessoas sempre de bem com a vida, sempre bem dispostas, a rir na cara dos problemas, muito optimistas e tal... A formadora é assim, eu sou um bocadinho mais p'ró tipo azedo...



Mas vou percebendo a diferença: o problema continua lá, quer o encaremos de trombas ou com um sorriso, a diferença está na maneira como vivemos o resto da nossa vida: atormentados por ele ou felizes independentemente do problema, porque eventualmente encontraremos uma solução para ele e tudo se vai resolver; porque existem outras coisas boas na nossa vida; porque às vezes as coisas nem dependem de nós ou nem têm solução e temos que aprender a viver com isso.
Eu tendo a sofrer muito com os problemas, levo tudo muito a peito, especialmente o que acontece no trabalho. Raramente consigo ver para além dos problemas. E noto o impacto que isso tem na minha vida, principalmente em casa, em termos de humor e disposição.

Aprendi duas coisas que me têm ajudado muito: a primeira é que os nossos objectivos, metas ou problemas a resolver devem sempre ser escritos. Isso ajuda-nos a interiorizar e a refletir sobre eles. E devem ser entre 3 a 9 pontos, pois o cérebro dispersa-se se forem mais, acho que o ideal são 5. A segunda é que nunca devemos estabelecer objectivos pela negativa, o cérebro não processa o negativo. Por exemplo, não deve ser "perder peso", perder é negativo e é associado a fome e sacrifício, deve ser "ter uma alimentação mais saudável" ou "fazer mais exercício".
A aplicar!

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Quem muito escolhe pouco acerta



Pois ontem, depois da consulta e depois de tanto conjugar o verbo esperar, achei que precisava do apoio emocional que só as gomas me podiam dar. 

Ora nem de propósito há um LIDL mesmo em frente ao hospital, remexi os saquinhos todos, vi preços, sabores, texturas, calorias (faz de conta) e lá escolhi.

Quando as fui provar é que percebi que escolhi ratos! Com patas, orelhas e rabo... 
Um bocadinho mais realistas do que está à espera para algo comestível. 

Mas muito saborosos não obstante.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012



Mais uma consulta, desta vez com a médica. Pensei em desmarcar porque sabia que não havia muito a dizer ou fazer, mas acabei por ir. Pensei que como era logo cedo, não fosse atrasar e me despachava rapidamente. Not!
Contei-lhe da operação do marido e ela disse que então agora era esperar. Perguntei-lhe "e então o que acontece se a operação não resultar?"
"serão encaminhados para um tratamento noutro hospital"
"onde?" 
"em Almada"
"então e não podemos já dar andamento a isso porque ouvi dizer que as listas de espera são longas" 
pretty please

"não"
"temos que esperar para ver se a operação resulta e as listas de esperar diminuíram bastante desde que se mudou o hospital, já não encaminhamos para a maternidade" MAC presumi eu
"Ah..."

Espero que ela tenha razão... Melhor, espero que não seja preciso nada disso.
Ou então espero e pronto.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Da consulta


Ontem lá fomos à consulta de urologia, e o médico aconselhou a cirurgia dado que é relativamente simples e poderá resolver o problema.
Ele foi sincero, disse que se fosse com ele que a faria, nem que fosse para sabermos que tentámos tudo antes de partirmos para algo mais drástico, mas que nada é garantido. Pode não resolver a baixa contagem, pode resolver e mesmo assim não conseguirmos engravidar, o varicocelo pode até voltar, mas mesmo assim valia a pena tentarmos. É uma cirurgia simples, com alta no próprio dia e com apenas alguns dias de repouso.

Agora é esperar, mais uma vez esperar...
Esperar que o chamem, que corra tudo bem e depois esperar pelos resultados.

O médico não nos soube ou não nos quis dizer quanto tempo podemos ter de esperar pela cirurgia e que me deixou ainda mais ansiosa. Raios partam estas esperar sem fim.

Sinto-me Estou Vivo obcecada com isto, vejo grávidas e bebés por todo o lado, não penso em mais nada do que como será estar grávida e de como será ter um bebé.
O marido compartilha a minha vontade, mas não a minha loucura, felizmente. Ele não vê necessidade em irmos a uma clínica de fertilidade saber as nossas opções sem darmos uma hipótese à cirurgia. Eu morro um bocadinho cada vez que penso nesta espera sem prazo de validade.

Mas há vida para além deste drama dizem, então há que vivê-la. Ou pelo menos tentar.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

The waiting game




8 de Agosto
Zero expectativas para este ciclo, sim porque a minha vida já não se mede em meses ou dias, mede-se ciclos de 28 dias.
A minha atenção está focada para as consultas no início de setembro e a única esperança é que ainda nos chamem do hospital para o marido fazer a eco para confirmar ou não o varicocelo, senão terá que ser pelo privado mesmo, porque não queremos adiar as consultas.

13 de Agosto
Tento com muita força distrair o meu cérebro para não calcular em que dia do ciclo estamos, deixámos de seguir o calendário do médico para não acabar com o restinho de espontaneidade que nos resta. Mas é difícil...

16 de Agosto
Nada a apontar, a não ser a vizinha da frente, cuja gravidez acompanhei desde o princípio, à distância que separa os nossos prédios. E que agora que o bebé já nasceu, tem sempre a corda da roupa cheia de miniminimini roupinhas de todas as cores, ao ponto de eu não conseguir perceber se é menino ou menina, mas acho muito bem, sinais dos tempos modernos, e que me fazem suspirar quando chego a casa e olho pela janela.

18 de Agosto
Há uma esperança que me invade, mesmo não havendo motivo para isso. Talvez este ciclo seja diferente, talvez tenha chegado a nossa vez talvez não sejam precisas mais consultas, nem tratamentos nem nada. Tento não criar expectativas para não ter mais uma desilusão, mas nem sempre consigo.

22 de Agosto
Mesmo sem termos programado nada, acabámos sem querer por seguir os dias recomendados pelo médico. Humpf, a imaginação já corre destravada....

24 de Agosto
Vamos passar o fim de semana fora com amigos, amanhã faço um teste. Só por descargo de consciência, é demasiado cedo para dizer alguma coisa, mas pronto.

25 de Agosto
Negativo

27 de Agosto
Passei os últimos dias cheia de azia. Azia literal, não é daquela psicológica! :P Nunca me tinha acontecido. 

29 de Agosto
Ontem jantámos com os meus primos e as suas duas filhas, uma com 5 a outra com 1 ano. A mais pequena, que já anda, desde que agarrada a alguma coisa, agarrou-se a mim para que lhe servisse de apoio para explorar toda a casa. Foi tão bom, aquelas mãozinhas, aqueles pezinhos, os abracinhos e beijinhos roubados nas pausas da sua maratona. Hoje tenho saudades...

31 de Agosto
Finalmente a eco do marido, varicocelo confirmado. A médica recomendou a operação, disse-lhe que era simples e rápida, com alta no próprio dia. O meu medo são as listas de espera, o dele é ir à faca mesmo. E eu compreendo, claro! O urologista dará a sua opinião na próxima semana.

1 de Setembro
Mais um teste, mais um negativo.

5 de Setembro
Mais um ciclo.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Não sei se é por estarmos em setembro, mas já tenho saudades de uns dias mais fresquinhos, de ouvir uma chuvinha sentada no sofá...



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Doar sangue


Na semana passada fui pela primeira vez dar sangue, realmente dê, vai ver que não dói nada é mesmo verdade. Sente-se a picada, não me incomodam as agulhas, não posso é estar a olhar, mas depois não custa nada e acaba rapidinho.
Espero repetir e que se torne um hábito.