12 semanas

Estou grávida.

Estou mesmo, mesmo grávida.

Não de uma mancha no ecrã, mas de uma pessoínha.

Uma pessoínha com um coração que bate.

Uma pessoínha com bracinhos e perninhas.

Uma pessoínha cheia de ossinhos.

Uma pessoínha que mexe quando cutucada com o aparelho de ecografia. (ao que o meu marido, que ainda não tinha aberto a boca, disse logo à médica: você não bata na criança!)

Viemos maravilhados da consulta, nota-se?

Falta a ecografia e o rastreio bio químico de 6ªf para sabermos que está mesmo tudo bem.

Vim com análises para fazer, nova consulta para daqui a 4 semanas e com a indicação para parar com o Zumenon e Progeffik assim que terminar os pouco que ainda tenho e substituir o Folicil por Natalben, que para além de ácido fólico tem vitaminas e iodo.

Ah e TALVEZ, TALVEZ, sem certezas nem promessas, a nossa intuição esteja certa e seja um menino.

Força de vontade

Ontem uma amiga perguntou-me o que já tinha comprado para o bebé, respondi-lhe nada!

Ela arregalou os olhos e disse "isso é que é força de vontade". 

Aparentemente gravidez é sinônimo de livre trânsito para compras.

Deveria ter já pensado nas coisas que me vão fazer falta e começado a comprar?

Primeiro acho cedo, continuo à espera de passar o marco das 12 semanas para pensar no que quer que seja.

Segundo estou (ou tento estar) cada vez mais desligada de coisas materiais, de compras e acumular tralha! Toda gente gosta de ter uma coisinha nova de vez em quando, mas o dinheiro é curto e viver com menos é um objetivo de vida. 

Bem sei que não vou criar um filho com uma fraldinha de pano e um biberon, mas também vou tentar ao máximo perceber aquilo que faz realmente falta e não cair em loucuras consumísticas. 

Entre ofertas, empréstimos e compras em 2ª mão espero fazer uma boa parte do nosso enxoval.  #tiopatinhas

Como tudo na maternidade, ideais tenho muitos, a ver vamos se são realistas.

Hoje é dia de consulta! 

Quem sabe, sabe

Há umas semanas tivemos um jantar com alguns casais, um dos quais já sabia da novidade, outro não conhecíamos e outro que já não víamos há imenso tempo, mas que sabíamos que tinham o seu pequeno Guilhermes graças a tratamentos.

Assim que nos sentamos à mesa, perguntaram se eu queria vinho, nem tive tempo de responder, o meu marido disse logo "ela não pode porque está grávida!". Eu posso com isto?? Este homem deixou de saber guardar segredos... Enfim, foi uma festa e o assunto acabou maioritariamente por ser este o resto da noite.

A R. que fala bastante abertamente sobre a situação de infertilidade e os tratamentos que ela e o marido passaram, contou-me que queria mais um filho mas o marido não e já está quase com 40 anos, o que era uma pena porque tinham ainda embriões crio preservados. Brincámos até que agora ela nem precisava dele, bastava ir à clínica.

Hesitei se lhes contava da nossa situação, não por mim, mas pelo meu marido, mas não podia perder a oportunidade de falar pessoalmente com alguém que passou pelo mesmo. 

Senti-me como um daqueles combatentes do ultramar a trocar histórias de guerra. Tirando o apoio virtual que aqui tenho recebido (e que não vale pouco!), nunca tinha falado com alguém que realmente percebesse a angústia de passar por algo assim. Nunca me tinha sentido tão compreendida, lavei a alma! 

Sei que não é muito fácil falar destas coisas com outras pessoas, mas se tiverem a oportunidade de desabafar, façam-no.

Em falta

Em falta com atualizações

Em falta com as fotos prometidas

Em falta com visitas a outros cantos

Em falta com tanta coisa que pensei estar a fazer nesta altura...

Mas falta-me a energia. Não me estou a queixar, isso nunca, dou graças a Deus por cada enjoo e cada bocejo, mas tem sido uma fase extenuante. Enjoo muito, ando muito cansada e desde a semana passada comecei com prisão de ventre... Aceitam-se sugestões! Comecei esta semana a fazer tudo aquilo que me lembrei: sumo de laranja, ameixas, iogurtes activia, linhaça, aveia e outros cereais com fibra, a ver se isto regulariza.

Acho que o meu filho pensa que é o príncipe de Inglaterra! Coitadinho, acho que nem tem culpa, tenho a sensação que tudo isto é causado ou piorado pela medicação. Por isso tenho esperança que tudo estando ok na consulta, possa deixar ou diminuir a medicação e daqui a duas semanas isto melhore.

De resto penso que esteja tudo bem, nesta fase não há como saber, só me resta esperar pela consulta da próxima semana para descobrir.