Ainda estou por aqui!! Embora já não saiba se ainda tenho alguém para me ouvir...
Sempre critiquei quem tinha filhos e depois deixava os blogs, que disparate, querem ver que não têm 5 minutos para escrever qualquer coisinha?!
Mas como li no outro dia: eu também era muito boa mãe antes de ter filhos! Não é que não tenha 5 minutos, nem é sequer que não tenha vontade de cá voltar, mas o tempo escorre pelas mãos, a cabeça ainda não voltou ao lugar (voltará algum dia?) e sem que dê por isso, passam-se dias, semanas, meses...
Hoje é o dia!
Como estão as coisas? Maravilhosas!! Já não tenho um bebé, tenho um menino de (quase) 16 meses que é mais, muito mais do que eu podia sequer ter imaginado.
Sou um cliché ambulante: sim é o melhor da vida! Mas é também o mais cansativo e exigente. Nada na minha existência será melhor ou mais difícil do que criar um filho.
Não voltei atrás para ler o que escrevi, mas sei que os primeiros meses foram agridoces, a adaptação foi lenta, as hormonas andaram descontroladas, a amamentação foi difícil, mas os meses passaram e estou muito mais equilibrada. Ainda não me voltei a encontrar totalmente, não sei bem explicar mas perdi muito da minha identidade em todo este processo. Sou mãe galinha e vivo muito para o Samuel, delego muito pouco e sou péssima a pedir ajuda, mas estou a tentar melhorar porque afinal não consigo fazer tudo...
Tanto daquilo que pensava ou acreditava antes de ter filhos ficou pelo caminho, não por necessidade, mas por crença de que se respeitar o tempo do meu filho as coisas acontecem naturalmente. Tornei-me adepta da parentalidade com apego, do co-sleeping e da amamentação prolongada. Não são opções para toda a gente, nem eu sei mais que ninguém, o meu conselho é apenas que escutem o vosso coração e observem o vosso filho. Não sintam culpa por colo ou mimo, não se deixem levar por pressões de terceiros, façam o que te vos fizer mais sentido, façam o que sintam melhor para vocês e para o vosso filho.
Como disse, a amamentação continua, as dificuldades dos primeiros meses foram ultrapassadas e agora são momentos de muito amor e cumplicidade entre nós. A maminha ajuda em tudo: na fome, na dor, na doença, no sono... É só vantagens!! ;)
Voltei ao trabalho em dezembro, foi horrível, as horas longe dele parecia que me abriam um buraco no peito... Mas fomos-nos habituando os dois e agora o tempo passa a correr. Felizmente a empresa permite-me fazer as 6h de seguida, então consigo ir buscá-lo cedo. Está com a minha sogra, tendo essa opção, não consegui deixa-lo com estranhos e está a correr muito bem. Ela faz as coisas da forma que lhe pedimos (enfim, quase tudo) e eles adoram-se!
Agora estamos de férias, as primeiras a 3, e é tão bom!!! Há qualquer de mágico em ver as coisas pelos olhos de uma criança, tudo é novidade e as reacções que ele tem com as coisas mais simples são deliciosas.
O rapaz tem 11 dentes, começou a andar antes dos 13 meses, mas está demorado para falar. Percebe tudo, mas só diz algumas palavras e imita alguns animais e objetos. Lá chegaremos a seu tempo.
Antes de me despedir, queria só registar o orgulho que tenho no meu corpo. Se juntarmos alguma insegurança à infertilidade, acabamos por olhar para nós com algum desgosto. Mas tudo isso foi substituído por um orgulho imenso num corpo que criou um bebé saudável durante 9 meses, o pariu, o alimentou em exclusivo durante 6 meses, continua a alimentá-lo e pela sua resiliência pelas noites de sono interrompido.
heart emoticon
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