quinta-feira, 14 de março de 2013

Da consulta, a que foi e a que aí vem


Lá fomos novamente ao hospital, eu fiz a ecografia pélvica (tudo ok) e o marido foi ao urologista (aí nada de novo a acrescentar).

Um pequeno à parte, na sala de ecografias atendem duas pessoas de cada vez então quando entrei já lá estava uma grávida. Cheguei a pensar que era até um pouco cruel que fosse eu, e não o marido da senhora, ali naquela sala com ela, enquanto se ouviam os batimentos cardíacos do piqueno (nunca tinha ouvido, é incrível!) e ela ficava a saber que quase de certeza que vai ter uma menina
Depois o médico perguntou-lhe porque é que ela não tinha feito a amniocentese, ao que ela responde que foi por causa do risco sr. dr., depois de 5 abortos, tanto me faz o que vem aí, desde que venha
Gelei por dentro, há pessoas que passam por coisas que eu nem consigo imaginar...


Enquanto esperávamos, perguntei ao meu marido se ele estava melhor ou pior depois da última consulta. 
Tal como eu, está melhor
Não sabemos bem explicar, não há uma razão objectiva para isso, continuamos como antes, à espera. Mas temos aquela sensação de que as coisas se estão a mexer, é como se já não dependesse só de nós

O pedido de consulta no público está feito e a marcação no privado também, vamos já na próxima semana! 
Estou a tentar manter-me descontraída, com baixas expectativas, mas é difícil. Escolher uma clínica, escolher um médico, tantas variáveis... tanta responsabilidade... 
Presumo que estes sentimentos têm a ver com o enorme investimento emocional e financeiro que é feito em quem nos ajuda. Só espero peço imploro que tenhamos sorte e nos calhe alguém que nos encha as medidas, no sentido figurado e literal!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Da consulta

Hoje foi dia de nova consulta no hospital. 
Não foi preciso dizer nada, que a médica depois de ver os exames informou que não havia muito mais que lá pudessem fazer e que nos ia encaminhar para PMA no Garcia de Horta.

O pedido de consulta já foi feito e entretanto pediu uma ecografia pélvica para mim e exames de sangue ao marido. Vai fazer uma pasta com todo o processo para levarmos à consulta e que podemos ir buscar dia 16/05 (wtf?!). Aparentemente o processo fica pronto mais cedo, ela é que não tem disponibilidade para nos atender antes...
Também disse que não nos deviam chamar antes de junho, por isso não havia problema. Com prazos destes, não sei porque é que ela fez cara feia quando lhe perguntei se haverá algum problema se entretanto formos a uma consulta no privado. Até a médica estagiária comentou que os tempos de espera são longos...

Agora é esperar que liguem.


Tinha todo um discurso preparado na minha cabeça para lhe pedir encaminhamento para apoio psicológico, mas quando comecei a falar só saiu tenho andado muito nervosa e a minha mãe disse que seria bom falar com alguém. Senti-me uma miúda de 12 anos (a minha mãe disse... tenho 30 anos pelo-amor-de-deus!) e tive que morder o lábio para não chorar, não consegui dizer mais nada e só queria um buraco no chão para me enfiar... 
Ela disse que sim, podia pedir uma consulta. 
E depois rematou com não estão assim à espera à tanto tempo para estar assim
Pimenta nos olhos dos outros é refresco, foi o que me apeteceu dizer, mas só saiu um pois...
Eu sei que ela não é mal intencionada, mas talvez devessem ter escolhido alguém com  coração um bocadinho mais de tacto para um departamentos destes. Ou então sou eu que sou uma mariquinhas, o psicólogo logo há-de dizer! :P

A dúvida que ficou foi se esperamos pelo processo para ir a uma consulta numa clínica ou não. (para não falar que clínica escolher...) 
As meninas que já foram atendidas no privado podem-me dizer que papelada é que levaram e o que é que eles pediram lá?
Obrigadinha.

segunda-feira, 4 de março de 2013




Depois de algumas noites de sono, conversas com o marido, (que me está a surpreender pela maneira como superou rapidamente este contratempo e agora está mais motivado e disposto que nunca, o que for necessário, da maneira que tiver de ser) e conversas com os meus pais, que na sua infinita sabedoria, sabem sempre o que dizer

O meu pai foi mais para o colinho, enxugar as lágrimas e prometer-me que vai correr tudo bem, a minha mãe foi mais dura, relembrou-me que a vida nos faz passar pelas coisas porque todos temos lições a aprender, existe algo em nós que deve ser mudado ou melhorado. Continuo a ter demasiada dificuldade em pedir ajuda e quando o faço, tenho relutância em aceitar os conselhos alheios se forem diferentes daquilo que eu penso. Vivo em ansiedade e viver em ansiedade é não estar no presente, vivo em função do futuro e de expectativas que crio, é uma desilusão constante. Preciso viver mais para mim e de uma forma mais saudável.
Tenho uma mãe incrível ou quê?

Eu percebo e aceito tudo isto, mas depois não consigo interiorizar. Faço algumas mudanças, mas depois volto ao mesmo registo de sempre.
Por isso, também por conselho da minha mãe, acho que vou procurar ajuda. Não sabem o que me custa escrever isto, falar com um psicólogo acho que é a situação mais longe da minha zona de conforto que posso imaginar. Mas acho que devo experimentar, se me ajudar, ótimo, se não gostar, pelo menos tentei. O importante é sentir-me melhor e mais forte para enfrentar tudo o que aí vem.